A reforma tributária no Brasil já está em curso e seus efeitos começam a ser percebidos. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) divulgou um relatório que prevê impactos da reforma tributária nos processos judiciais. O documento destaca um aumento expressivo nas demandas judiciais relacionadas aos novos impostos que irão substituir os tributos atuais sobre o consumo. Segundo o relatório, a quantidade de processos tributários pode, pelo menos, triplicar nos próximos anos.
Por que os impactos da reforma tributária nos processos judiciais podem triplicar o contencioso?
O relatório do grupo de trabalho do STJ, coordenado pela ministra Regina Helena Costa, destaca que a criação de novos tributos, como o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), tende a gerar dúvidas e controvérsias. No direito, contencioso refere-se ao conjunto de processos judiciais em que há disputa entre as partes. Isso ocorre porque cada ente federativo – Estado, município e União – poderá mover sua própria execução fiscal sobre o mesmo fato gerador. Assim, diferentes órgãos públicos poderão cobrar o mesmo tributo de formas distintas, elevando o número de ações judiciais.
Saiba mais: o que são tributos, imposto, taxa e contribuição
Além disso, a experiência demonstra que mudanças legislativas amplas costumam gerar interpretações divergentes. Portanto, o aumento da litigiosidade, isto é, do número de disputas judiciais, é praticamente certo. Em 2024, o STJ recebeu cerca de 19 mil processos sobre impostos que serão substituídos. Com a reforma, esse número pode ultrapassar 57 mil, segundo estimativas do próprio Tribunal. Saiba mais na matéria do Valor Econômico clicando aqui.
Especialistas analisam os impactos da reforma tributária nos processos judiciais
O CEO do Ecosistema M&M, o advogado Menndel Macedo, ressalta que a reforma tributária já é uma realidade. Segundo ele, o alerta do STJ confirma a necessidade de empresas e profissionais do direito se prepararem para uma nova onda de disputas fiscais. Para Macedo, “quem se adianta, lidera. Quem espera, será atropelado”. Ou seja, a antecipação e o planejamento são fundamentais para enfrentar o novo cenário.
Além disso, Dr. Menndel alerta: “A reforma tributária brasileira já não é uma promessa futura, é uma realidade presente, cujos efeitos começam a se materializar com força total. Estamos diante de um tsunami jurídico-tributário prestes a romper as comportas”. Macedo ainda complementa, alertando que o contencioso irá triplicar.
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Inovações e impactos da reforma tributária
A principal inovação da reforma é a substituição de tributos como ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI pelos novos IBS e CBS. O ICMS é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, cobrado pelos estados. O ISS refere-se ao Imposto sobre Serviços, de competência municipal. Já PIS e Cofins são contribuições federais incidentes sobre o faturamento das empresas, enquanto o IPI é o Imposto sobre Produtos Industrializados.
A unificação desses tributos visa simplificar o sistema, mas, no curto prazo, tende a aumentar a quantidade de questionamentos judiciais, pois empresas e órgãos públicos precisarão se adaptar a regras inéditas. Assim, os impactos da reforma tributária nos processos judiciais tendem a ser sentidos de forma intensa no início da transição.
O STJ aponta que a sobrecarga do Judiciário pode ser agravada pelos impactos da reforma tributária nos processos judiciais. O relatório sugere a necessidade de mudanças na estrutura dos tribunais para evitar o colapso do sistema. Entre as recomendações, está a unificação da representação judicial dos entes federativos, o que poderia reduzir a multiplicidade de ações sobre o mesmo tema.
No entanto, a implementação dessas sugestões depende de alterações regimentais e da colaboração entre os poderes.
Como as empresas podem se preparar para os impactos da reforma nos processos?
Diante desse contexto, é fundamental que empresas invistam em assessoria jurídica especializada. O acompanhamento das mudanças legislativas e o mapeamento de riscos tributários são essenciais para evitar surpresas desagradáveis.
Além disso, a adoção de ferramentas tecnológicas pode facilitar a gestão fiscal e a identificação de oportunidades para reduzir litígios. A busca pela antecipação, como destaca Menndel Macedo, é a chave para uma transição mais segura e eficiente diante dos impactos da reforma tributária nos processos judiciais.
O papel dos advogados tributaristas na transição
Advogados tributaristas terão papel central na orientação de empresas e pessoas físicas sobre as novas regras. Isso envolve não só a interpretação da legislação, mas também a atuação preventiva, evitando que conflitos cheguem ao Judiciário.
A atuação consultiva, ou seja, aquela voltada para orientar e prevenir problemas, ganha ainda mais importância nesse momento de transição, especialmente diante dos impactos da reforma tributária nos processos judiciais.
Desafios futuros
Apesar das intenções de simplificação, o sistema tributário brasileiro permanece complexo. A convivência entre regras antigas e novas, durante o período de transição, pode aumentar ainda mais o volume de disputas.
Portanto, o monitoramento constante das decisões judiciais e a atualização de práticas internas são medidas indispensáveis para empresas que desejam manter sua segurança jurídica diante dos impactos da reforma tributária nos processos judiciais.
A reforma tributária representa um marco para o sistema fiscal brasileiro. No entanto, o aumento do contencioso exige atenção redobrada de todos os envolvidos. O Judiciário, as empresas e os profissionais do direito precisam se adaptar rapidamente para enfrentar os desafios que já começam a surgir.
FAQ – Perguntas Frequentes
- O que é o IBS e a CBS criados pela reforma tributária?
O IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) são novos tributos que irão substituir vários impostos atuais sobre o consumo. O objetivo é simplificar a cobrança, mas, inicialmente, podem gerar dúvidas e disputas judiciais, ampliando os impactos da reforma tributária nos processos judiciais. - Por que a reforma tributária pode triplicar o número de processos judiciais?
Porque diferentes órgãos públicos poderão cobrar os novos tributos de formas distintas, levando a múltiplas ações sobre o mesmo fato. Além disso, as novidades legislativas costumam gerar interpretações divergentes, aumentando a litigiosidade e reforçando os impactos da reforma tributária nos processos judiciais. - Como as empresas podem se preparar para o aumento do contencioso tributário?
É recomendável investir em assessoria jurídica especializada, acompanhar as mudanças legislativas e adotar ferramentas tecnológicas para gestão fiscal. A antecipação e o planejamento são fundamentais para evitar problemas futuros, especialmente considerando os impactos da reforma tributária nos processos judiciais.