A tão aguardada Reforma Tributária está a caminho, unificando cinco tributos: PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS em dois novos impostos: CBS (federal) e IBS (estadual/municipal). A proposta busca simplicidade, transparência e fim da cumulatividade, seguindo práticas internacionais de IVA dual. Mas, mais importante ainda, ela muda o momento do recolhimento, e isso impacta diretamente o seu fluxo de caixa.
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O desafio do novo momento de pagamento (split payment)
Atualmente, muitas empresas recebem o valor da venda antes de pagar tributos como PIS/Cofins, ICMS ou ISS. Essa janela oferece um “fôlego financeiro”, um espaço para girar caixa ou pagar fornecedores.
Com o novo sistema, entretanto, o recolhimento será automático e imediato, no formato split payment: parte do valor da venda vai direto ao fisco (CBS + IBS), e você só recebe o montante líquido. Isso significa menos fôlego no caixa, especialmente para empresas com prazos longos de recebimento, como na construção civil ou indústria B2B.
Créditos tributários e simplificação
A boa notícia? O novo sistema traz não cumulatividade plena: quase tudo que você compra (insumos, serviços) gera crédito tributário que pode ser abatido do imposto devido. Isso reduz a carga tributária efetiva e melhora a previsibilidade financeira.
Além disso, com regras mais uniformes e claras do IBS e da CBS, as empresas ganham visibilidade sobre seus tributos e conseguem planejar melhor.
Fase de transição e o “coexistência” dos regimes
A transição não será imediata — vai de 2026 até 2033, conforme a regulamentação atual. Durante esse período, os tributos antigos ainda coexistirão com o novo modelo, o que exige atenção redobrada para evitar bitributação e inconsistências fiscais.
Conclusão
A Reforma Tributária representa uma mudança profunda, e inevitável, na forma de operar suas finanças.
- O split payment requer caixa mais robusto e planejamento mais rigoroso desde já.
- Mas a não cumulatividade ampla e a clareza trazida por CBS e IBS podem recuperar margem e estabilidade financeira.
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